quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Na terra Kaxinawa

Estou na Aldeia São Joaquim, no município de Jordão. Para chegar até aqui, duas horas em um vôo no tradicional teco-teco, de Rio Branco até Jordão, depois, mais uma hora de barco até a primeira de 31 aldeias do povo Kaxinawa. Eles representam um terço da população desse município, situado no Vale do Juruá, no Acre.
A sensação em estar de volta em uma aldeia? A melhor possível. A lua está linda, fechando o dia com de forma especial, coroando o sol e a chuva que dividiram a tarde, dispensando qualquer iluminação de lanterna. O povo é bonito, alegre em suas corres e formas, acanhado com a simplicidade de um amazônida, receptivo, acolhedor.
Aqui nem todos falam português, o idioma de origem tem o Pano como tronco lingüístico. Viemos para celebrar junto aos Kaxinawa a Festa Katxatirim, que tem dois significados: Festa do Gavião e Festa do Marirí. O primeiro recebe quatro formas de canto, o segundo tem 200 canções, todas recordadas pelo pajé. O assunto discutido aqui também é o etnoturismo, que de certa forma já acontece na aldeia, daí a necessidade de se organizar e criar algumas regras para tal, de maneira que as comunidades indígenas sejam menos afetada e tenham mais respeito em suas tradições.
Mas chegar até aqui foi ótima aventura. Logo na saída de Jordão conheci um comerciante dos rios, com seu comércio em um barco, seu Vivaldo Sampaio, de 63 anos. Cheio de histórias e dono de um ótimo café. Depois de cenário exuberante, acolhidos pelo sol e pela chuva, chegando na aldeia, a emoção em visitar uma área sagrada, de plantio de ervas medicinais. Depois, tomar o rapé nos pés de uma estonteante Samaúma, com toda sua grandeza em mata fechada, foi sensacional.
Ver o sol se por, e tomar banho de rio a noite, é uma prazer que o povo Kaxinawa proporcionou. Depois de um jantar regado a caiçuma, um pequeno intervalo, depois a festa. Uma roda regada a "Uni", uma conversa com pajés e lideranças, um momento para o corpo e a mente.
Sabedoria é a palavra que se pode tirar de toda a conversa com pajé e lideranças indígenas. A sabedoria de quem vive na floresta. A noite é tranqüila, embalada pelo cantos dos índios Kaxinawa. No dia seguinte, a neblina aos poucos vai revelando a floresta, as conversas continuam, os gritos indicando que mais festa vem por aí, e a chegada de mais parentes. Mas, para nosso grupo, a festa termina aqui, é hora de voltar. E depois de abraços e mais uma hora de barco, estamos no aeroporto de Feijó, aproveitamos para dar carona a uma adolescente de 13 anos, que após ter bebê, tenta se recuperar de uma imorragia. Parada em Feijó para deixar dois passageiros, e a viagem foi turbulenta, o medo esteve presente. De Feijó para Rio Branco tranqüilidade e até uma aula grátis com o piloto.

Texto escrito na aldeia no dia 28/12
(*Na viagem comigo, Jair Alves, Cassiano Marques e Francisco Pianko)

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Estive em Cruzeiro do Sul e...

Viagem rápida, ou "deslocamente", como queira. Sábado embarquei junto ao amigo e alma gêmea no jornalismo, Marcos Vicentti e a querida nega, Lamlid, para Cruzeiro do Sul, voltei domingo, mas foi tudo tão intenso que parece ter sido mais tempo. Realmente, quando estamos serenos, vivenciamos melhor cada momento. Do aeroporto, direto para o Igarapé Preto, comer peixe, afinal, os de lá são deliciosos,acompanhados de farinha e Baré, claro. Ainda lá, uma conversa que nos mostra a realidade do Norte, ou do Brasil mesmo. Colegas de profissão que acumulam até quatro funções, de motoristas à apresentadores de jornais, ganhando metade do piso salarial. Digestão difícil!
Correria, reunião com os colegas, pauta: lançamento da décima edição do Prêmio José Chalub Leite de Jornalismo, novidades com o anúncio do prêmio João Mariano, que será realizado na cidade. Um papo bacana, com troca de experiências. Depois de muita conversa, uma parada na lanchonete da praça e a presença de um grupo de meninos engraxates, realidade complicada no Brasil. Por algum motivo, talvez nossos problemas em pauta não nos sensibilizaram para a história deles, também pela esperteza da garotada que já milindra quanquer aproximação. Mas isso não ficaria assim.
Depois desse, encontramos o "Açouque", onde o que nunca tem é carne, na verdade é um bar, ou pelo menos se tansformou em tal. Tirar fotos ali é complicado, porque alguns dos frequentadores estão escondidos de suas esposas, então nada de exposição.
Valeu o abraço na casa de amigos, Deise, Nadson, Pérpetua e a mãe dessas figuras maravilhosas, igualmente, maravilhosa. A noite, tradição é ir à Farinhada. Divertido, novas amizades, novos sorrisos. Muito legal o encontro com a turma da Força Áerea Brasileira, que concluí o trabalho da operação da aernoave que caiu próximo a Cruzeiro do Sul, em que duas pessoas morreram e nove sobreviveram. Trabalho difícil dessa turma, essencial, principalmente na região Norte, onde chegar a um lugar desses é odisséia.
Dia seguinte, esqueci da farinha, do biscoito de goma de macaxeira, a meta era ir ao Igarapé Preto, pra valer a ida à Cruzeiro do Sul e estrear o biquini que encontrei depois de uma caminhada no centro da cidade, no forte calor, mas determinada junto a Lamlid a não perder esse banho. Antes, no Naturalissíma, fomos tomar café. Encontramos Francisco, outro engraxate, mas, de rosto sereno, lindos olhos, dez anos.
Francisco sai todos os dias pra trabalhar, quando completa cinco reais, volta pra casa, mas o dinheiro já é suficiente para comprar comida no dia seguinte. Mas conquistar esse valor diariamente é tarefa complicada, significa cinco clientes, e nem sempre eles aparecem. O garoto teve a idéia de trabalhar, construiu sua caixinha, comprou a graxa, flanea e escova. Hoje é um autônomo. O pai, faleceu,tem apenas a mãe e os irmãos. O que vai ser quando crescer? Resposta: "Crente!", ou seja, evangélico. Profissão mesmo, ainda está pensando.
Garoto com marcas das travessuras pelo corpo, mas também da agressividade de pessoas menos serenas, uma delas, na cabeça, foi um tijolo que atiraram nele. Mais que marcas físicas, Francisco carrega um olhar desconfiado, de quem não pode confiar no mundo, mas o brilho e o sorriso ainda revelam esperança, aquela essencial para continuar crendo que vale a pena seguir!
Cruzeiro do Sul foi assim... intensa! E pra fechar a visita, uma foto em uma de suas grandes ladeiras, suei frio. Claro, seguida do banho no Igarapé Preto! De volta à Rio Branco!
(As fotos colocarei depois)

Toda mulher gosta de rosas!


Um amigo leu a frase de meu gtalk "Vontade de escalar sonhos impossíveis", baseado na frase "Almas livres escalando sonhos impossíveis" que adotei na minha vida, e disse: "A mulher só é mulher após os 30 anos". Ressaltando que nesta fase ela é dona dos seus sonhos, suas procuras, do seu prazer, suas escalações. É uma fase mais serena, unindo jovialidade à maturidade. Boa!
(Foto no Parque Botânico de Cape Town)

Hora de...

Ambiente maravilhoso, o das vinículas em Cape Town!(Na foto, eu e Dani, aniversariante de hoje.) PARABÉNS DANI!

Noite em Cape Town

África do Sul também foi lugar de vivências a noite. Um pub, show de rock, descoberta de Miguel, que foi seguido pela turma. E ainda deu tempo pra sinuca!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A grandiosidade da beleza natural de um lugar inesquecível. (África do Sul)
Pausa para apreciar e fotografar (Sol e eu - a caminho de Hermanus - África do Sul)

Novo amigo!

Jeipi- simpatia em pessoa!

Amigos!

E quando tiver ao lado deles, convide-os para um passeio! (Parque Botânico - Cape Town/Cidade do Cabo)

Parque Botânico de Cape Town

Nada como conhec er novos lugares ao lado de bons amigos! (Parque Botânico de Cape Town - África do Sul)

Cabo da Boa Esperança!

(Cape Town - África do Sul)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Até mesmo quando você parece maior!

Pequeno

Tem lugares que te fazem perceber o quanto és pequeno!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Raízes do porvir


Trago a nódoa do passado
no punho do presente
transponho montanhas na minha luta
de juventude tragada
na convulsão dos tempos
em busca do Futuro
(...) - Domingos Florentino)

Sol e montanha!



Sol, montanhas, combinação perfeita. Em Cape Town isso é possível de qualquer ângulo da cidade, que é construída em volta da cadeia da Montanha Mesa (Table Moutain - com mais de 1 mil metros de altitude), que inclui as montanhas Pico do Diabo, Cabeça de Leão e os Doze Apóstolos. Uma cidade por entre as montanhas. Belo espetáculo da natureza!

Ilha de Mandela

No sábado, dia 19, estive na Ilha de Mandela, onde Nelson Mandela foi preso por 29 anos (na verdade saiu dali quando faltavam seis anos para cumprir a pena devido sua saúde) até o fim do Apartheid. Ele se tornou o primeiro presidente da África do Sul logo após isso, mas aceitou somente por quatro anos o mandato e preferiu se afastar. Até hoje vive em sua aldeia em Porto Elizabeth e divide o tempo com Johannesburgo, onde cuida da saúde. O presídio é cheio de histórias fascinantes, contadas por quatro ex-prisioneiros que desafiaram o poder na luta contra o apartheid e hoje são guias.
O passeio para a Ilha tem como ponto de partida o Porto, e é super concorrio, sendo necessário o agendameto, o fizemos com meses de antecedência. Na Ilha, o cemitério dos leprosos, a pedreira onde trabalhou Mandela, que fica junto à outros homens (lideranças), separados em alas e pedreiras diferentes, para que não influenciassem outros prisioneiros com suas idéias. Mandela escreveu livros na prisão e guardou com ajuda de outros presos. A estratégia era colocar atrás de um cactus na área de sol, e dali, era retirado e guardado. Essa é só uma das peripécias que realizavam, em todas você encontra uma história de um povo que sabe valorizar a união. Um exemplo disso é quanto as refeições, pois os prisioneiros eram separados de tal forma que o negro sempre ficasse em situação inferior, apenas eles ganhavam bermudas e não calças como uniforme na prisão, como os demais (asiáticos, indianos, mestiços e outros).
As refeições eram diferenciadas e um dia todos os prisioneiros se recusaram a comer até que a comida fosse igual para todos, desde então passaram a servir somente sopa, todos os dias.

Metade das casas construídas para abrigar os funcionários da prisão, abriga hoje as pessoas que trabalham na Ilha, que se transformou em um museu.

Copa


O que não tem em Cape Town estão construindo. Este é o estádio onde acontecerão as semifinais da Copa de 2010. As finais serão em Johannesburgo!

Porto de Cape Town e a Casa do Turista


Não me canso de falar do Porto de Cape Town... um dos lugares em que tudo, cada espaço é otimizado, até mesmo as estruturas de ferro, tem uma espécie de sacada que servem para as focas, que vivem descansando por ali...
O lugar é lindo, funciona um shopping, diversos restaurantes, casas de artesanato, também é ponto escolhido para a Casa do Turista, que oferece informações de toda a África do Sul para quem quiser, de graça, com diversas brochuras feitas com sutileza, layout harmonioso, detalhes de tudo. E se não estiver satisfeito, as atendentes estarão lá, para lhe ajudar. Essa Casa do Turista não é regalia de Cape Town, conhecida por ser uma das mais belas do mundo e a segunda maior cidade do país, em pequenas outras cidades vocÊ encontra a boa Casa do Turista. Vale visitar, mesmo que você tenha anfitriões maravilhosos, como eu estou tendo.

Belezas naturais, históricas!



Antes de postar fotos do Safari, vou mostrar mais de Cape Town, pois estas fotos, algumas, já estão no computador.
A foto abaixo é do centro de Cape Town, com vista para a prefeitura da cidade. É isso mesmo! Esse prédio lindo com relógio, aliás, todos os prédios antigos da cidade recebem um selo que o identifica como patrimônio histórico e aqui eles tem um valor incrível. Uma forma de manter a arquitetura vitoriana. Eles hojem são prédios públicos, restaurantes, residências, hoteis. Nas fotos desta postagem, imagens do Castelo onde começou Cape Town, com vista para a Montanha Mesa, coberta pela neblina.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Safari

Animal, natureza, homem: harmonia.
Conto tudo depois....aff, depois!

domingo, 20 de setembro de 2009

País das maravilhas!



(18/09) O Pôr-do-sol de beleza única, considerado um dos mais lindo do mundo. Quando via em fotos não conseguia imaginar a dimensão dessa beleza...finalmente com a chegada do astro-rei, dos altos de uma montanha, pude constatar tal belza e sentir lágrimas de felicidade passearem pelo meu rosto.
Dia de visita do Parque Botânico de Cape Town, realmente fascinante. O país da nação Arco-íris definitivamente sabe usar sua beleza com consciência, otimizar todos seus espaços.... Já percebi que passar férias aqui e tentar atualizar diariamente um blog é um dilema para uma dúvida constante: Ou você aproveita as férias, ou fica em frente ao computador. Tenho optado sempre pela primeira opção, nem preciso dizer os motivos. Mas tenho optado em colocar algumas imagens para que os que observarem, possam viajar junto comigo, infelizmente, não atualizadas com os passeios.

Do mar




Hoje (quinta-feira 17/09)devido ao tempo fechado, nos recolhemos no Aquário de Cape Town, o Two Oceans Aquarium. Grande, com 3 mil espécies de animais, inclusive, alguns que parecem mais com plantas. Impressionante essa riqueza tão distante da nossa realidade amazônica, que tem outras riquezas, porém, mal aproveitadas.
Ali, no grande aquário vi estrela do mar, polvo, peixes pequenos e imensos, coloridos, transparentes, com brilho, diferentes, misteriosos, aterrorizantes. Os tubarões são atração e dividem esse título com os pingüins de outras espécies além do africano. Uma experiência cheia de conhecimento e de grande beleza para os olhos, alma e coração.
Eu já falei do Porto de Cape Town, mas gente, é incrível sua organização. Aliás, a cidade no geral é organizada e limpa. Se existe pobreza, claro que sim, como em todo o mundo, mas a cidade merece méritos pelo seu crescimento. O Porto, como já disse, é totalmente funcional, inclusive, com um shopping e restaurantes que o tornam ainda mais movimentado, porém, o conceito dos dois é diferente, pois aderi uma arquitetura única. Foi neste ambiente do Porto que tive a experiência de vivenciar hoje (dia 16) a grande cena de quando falava das ruas que encontraria na África do Sul. Encontre músicos cantando, tocando, dançando e entrei na roda, foi simplesmente, maravilhoso, envolvente, contagiante.
Serviços
Vale ressaltar que a África do Sul se livrou do aparthaid há apenas onze anos e em dois mandatos e meio de governo, comparado ao Brasil, o país conseguiu grandes méritos. Está em pleno desenvolvimento e ano que vem tende a ganhar ainda mais visitantes sendo sede da Copa do Mundo. África do Sul cresce em média 5% por ano.
Em Cape Town as pessoas que trabalham na rua, que seriam os “flanelinhas” no Brasil, são cadastradas pela prefeitura, e trabalham com uma máquina na mão, em que registram ali, o automóvel estacionado, dando ao condutor o papel com o valor da taxa a pagar. A prefeitura fica com apenas 20% desse valor arrecadado e 80% é voltado para o pagamento dessas pessoas que conseguem manter o trânsito seguro e organizado. Uma política voltada para o social com eficácia.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A viagem

Se aventurar para fora do seu país já é um bom desafio, fazer isso sem dominar o idioma do país para onde vais, é uma experiência bem interessante, e logo nas primeiras horas no outro ambiente, você se convence de uma coisa: preciso aprender (neste caso, inglês, o qual sempre tive resistência).
A partir de minha saída de São Paulo, passei a ouvir somente inglês, com exceção de meus amigos brasileiros, Dani, Felipe, Claudinha, Miguel, parceiros nesta aventura (Solene pegou vôo diferenciando). Durante o vôo, muitas gargalhadas pelas situações inusitadas é claro, e as primeiras palavras aprendidas. Pelo menos no vôo de retorno para casa já sei o que pedir para comer é saciar a sede quando estiver com ela, entre outras pequenas coisas.
No avião vais encontrar seu travesseiro, cobertor e fone de ouvido, logo descobre o porque. É muito tempo de vôo, portanto aproveite bem a tela a sua frente, fuce e descubra filmes, alguns com legenda em português, jogos, seriados, entre outros serviços, inclusive as imagens captadas por uma câmera do lado de fora da aeronave e todo o acompanhamento de seu vôo, tempo viajado, temperatura, o tempo que falta.
Primeira parada depois de nove horas de vôo, aeroporto de Johannesburgo. Imenso, organizado, bonito, bem estruturado, povo simpático, polícia que se esforça para falar em português, e se você é brasileiro, retribua o sorriso que, com certeza, irá receber. Uma noção do que encontraríamos mais à frente.
Mais duas horas de vôo, de tentativas de aprender mais algumas palavrinhas em inglês. Chegando em Cape Town, a felicidade imensa de encontrar dois rostos conhecidos e queridos, Mara e Carlos. No aeroporto, primeira parada, posto de informações turísticas para pegar todos os panfletos possíveis de informações do lugar.
Cape Town ou Cidade do Cabo é grandiosa, mais de 3 milhões de habitantes. Depois de almoço, hotel, ah, este merece um parágrafo. Como estamos em um grupo de oito, decidimos contratar os serviços de uma pensão, que em Cape Town tem outro conceito, bem diferente do Brasil. Encontramos uma casa com cinco quartos, todos suítes, um deles, a máster, piscina com área de descanso, sala, tudo com uma decoração que une o moderno ao rústico da forma mais harmoniosa possível.
Depois de hospedados fomos ao Porto, que é simplesmente impressionante, lindo, funcional. Depois de um jantar maravilhoso em um restaurante grego - calma gente, claro que vamos chegar na comida africana, é porque esse lugar vale a pena - caminhamos e para nossa sorte, encontramos focas. Enchendo os olhos de paisagens maravilhosas, fomos para casa, afinal, esse é só o primeiro dia.
A partir de agora é falar de momentos, porque já deu pra perceber que visitas diárias aqui, para contar tudo, será difícil. Tive de rabiscar e só agora passar para o computador.

domingo, 13 de setembro de 2009

Diário de bordo

Pra compartilhar minhas aventuras e vivências com amigos, resolvi fazer deste espaço um Diário de Bordo.... estou no aeroporto de São Paulo, esperando a hora de embarcar para Cape Town - África do Sul. De Rio Branco pra cá, posso dizer que já vivi aventuras, inclusive, de acompanhar uma senhora que a família deixou viajar sozinha e a "bichinha" não sabia nem por onde saia sua bagagem. Nessas que percebemos o quanto nosso turismo para a terceira idade ainda é falho, pois ninguém veio oferecer ajuda, mesmo a vendo sozinha. Enfim... é bom melhorar para o Programa Viaja Mais, não é presidente?!
Bem, a parte boa da chatice de esperar um vôo é observar o aeroporto e quem anda por ele. SP não pára, ferve. Junto a Solene, desembarquei ontem a noite, e a primeira regra neste caso, para quem não sabe onde vai dormir é o balcão de informações turísticas, pois pegar um hotel baratinho perto do aeroporto, muitas vezes é mais válido que se deslocar pra longe, para ficar na casa de amigos. Foi o que fizemos. Outro passo importante é procurar casa de câmbio, , pois sacar em outro país exige pagar taxas nada satisfatórias, diferente das compras em débito, que permite apenas uma taxa.
Sol embarcou, espero agora por Dani e Felipe para a aventura... uma viagem de cerca de doze horas. Dá-lhe alongamento. À todos, espero que viagem nessa aventura junto comigo.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Minha aldeia!

O que acontece hoje na minha aldeia?
Hum... hoje foi publicada uma portaria do Imac, no Diáfio Oficial, acatando a decisão da Justiça Federal, de proibição da queimada, permitindo apenas aos produtores de subsistência, ou seja, pequenos produtores que plantam para consumo e pequenas vendas a queimar um hectare de terra.
Lendo isso, fiquei pensando no meu passado. Cheguei no Acre em 2003, mas foi em 2005 que presenciei uma grande e devastadora queimada, na capital, ficamos dias sem ver o sol, pois no céu só havia fumaça. Andar nas ruas da capital era um desavio diante da dificuldade para respirar, e para quem já teve asma, aff... nem se comenta.
No ano seguinte fui trabalhar em um projeto ambiental - Projeto de Gestão Ambiental Integrada (PGAI) - e pude saber mais e vivenciar a política ambiental do Estado. A luta era e é para não só proibir, mas mostrar uma alternativa para preparo da terra que não seja o fogo. Chico Mendes defendia que o homem precisa preservar a natureza porque precisa dela pra viver. É algo tão óbvio, cheio de lógica, mas tão difícil de fazer diante de um mundo tão capitalista, onde o consumo é a palavra de ordem. Mas o Acre, o seu povo, o povo da Amazônia não desiste. E é assim minha aldeia, feitos e preceitos, razão e emoção, floresta e derrubada/queimada, homem e natureza, uma luta constante pela vida.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O que falar!


Fiquei pensando o que mais postar no blog até dar um formato no qual eu não precise mais ficar em dúvida, depois apenas deixar as mãos deslizarem no teclado. Então optei pelo que ele é, um blog. Ultimamente tenho descoberto maravilhas neste mundo fantástico que é a internet, e as maravilhas estão neles, nos blog's. Hoje mesmo encontrei o "Terreno Baldio" (http://lacybarca.wordpress.com/) e a sutileza de textos e imagens que contam as tristezas e alegrias de vários cantos do mundo.
O blog tem sido um importante e democrático espaço virtual para expormos nossas idéias, certezas incertas. Um espaço para compartilharmos experiências, vivências.
Paro por aqui, mas com a ansiedade em ver neste espaço, um pouco mais da Amazônia, para dividi-lo com vocês.
(Andréa Zílio / Foto: Net)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Enquanto uns dormem!

A banda: Los Porongas. A música: pop rock. Os artistas: Diogo Soares, João Eduardo, Jorge Anzol e Carlos Magrão. Local de Nascimento: Rio Branco/Acre.
No cenário:a banda Los Porongas firmou seu trabalho autoral na cena independente nacional, e tem sido apontada pela crítica como uma das novas revelações do rock brasileiro.
Em 2003 cheguei ao Acre e queria conhecer a música feita aqui. Surpresa: Los Porongas em uma balsa chamada Flutuante, no rio Acre. Diogo Soares logo me chamou a atenção pela boa conversa, virou companheiro de um bom papo no jornal Página 20, quando ensaiava abandonar o curso de Direito e ser um jornalista, paralelo a isso, mantinha a carreira musical. Sorte dele e do público que as duas primeiras alternativas de futuro profissional falharam. Uma das boas conversas com Diogo foi em frente ao primeiro lar, um hotel chamado João Paulo, quando me fez companhia ao tomar uma tigela de sopa. Depois foram várias as conversas que me garantiram aqui, um bom amigo, que me falou e mostrou muito do Acre. João Eduardo foi outra figura marcante, de uma amizade com detalhes peculiares, que me mostrou mais dos acreanos ou acrianos, como queiram. Anzol e Magrão conheço mais pelo talento, que é grande.
Depois de inúmeras reportagens que fiz, muitas delas com apenas uma frase (novidade) dita por Diogo ao telefone, se tornou fácil escrever sobre a banda, as palavras escorregavam ao teclado do computador e logo era preenchida a página de Variedades do jornal Página 20. O melhor de tudo é ver que muitos da imprensa nacional não estão entre os que dormem diante do talento da banda. A consagrada revista "Rolling Stone" os classificou como uma grande descoberta do cenário do rock independente. E tive outro prazer de ter inúmeras conversas com Alex Antunes, jornalista da revista, que veio ao Acre pelo projeto Sempre Um Papo, do qual faço parte e fez comentários sólidos sobre o trabalho e talento da banda. A MTV também cedeu e até agora foram só elogios.
Hoje os "meninos" chegam ao Acre, terra que sempre retornam para recarregar energias, revendo amigos, criando, cantando, conversando. Amanhã eles dão uma palinha no Piola, que apresenta uma exposição com diversas imagens dessa turma, fotos feitas por Débora Magrich, e no dia 19 eles nos brindam com um grande show acústico no Teatrão, a partir das 20 horas. A nós, fãs, cabe se preparar para tal presente.
http://www.myspace.com/losporongas
(Andréa Zílio - fã / Foto: Net - desculpe o autor, não encontrei o nome)

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Olhar amazônico!

Depois do "Espaço Aberto", que é uma janela totalmente poética, senti a imensa necessidade de falar da Amazônia, poetica ou jornalistiscamente. A Amazônia que vejo, que meus amigos ou deconhecidos vêem. A Amazônia misteriosa, simples e inigmática. Uma forma de quebrar tabus, de outros olhos observarem esse pedaço verde do mundo com sutileza, respeito e carinho. Há duas semanas conheci um pouco mais de Daniel de Andrade Gaia, um baiano de origem e gaucho por opção, dono de uma sensibilidade que o permitiu ver e entender "o jeito de ser do povo daqui".
As imagens foram tiradas no Estado do Amapá.
Mais de Daniel - ... "Nasci em Rio Real – BA. entre jaqueiras, coqueiros, cajueiros e curral de bode. Tenho dois filhos José Daniel e Ana Craidy Simões. Sou casado com Stella Petrasi. Vivi no Chile, França,Kopenhague,Dusseldorf e Moçambique durante a ditadura militar. Trabalhei para o Coojornal,Zero Hora e outros. Vivi no Amapá, participei da criação da Folha do Amapá com Élson Martins. Na França estudei fotografia e cinema na Universidade Renné Descartes, Vincennes. Em Moçambique, trabalhei como fotógrafo para a FRELIMO Frente de Libertação de Moçambique com Mia Couto,Daniel Maquinasse, Jorge Rebelo etc. Tenho alguns prêmios nacionais e internacionais. Como retratista produzi alguns audiovisuais, Viva Moçambique, Antinomia,A Luta Continua, HPSP, Amapá – a Última Fronteira, Taim-Reserva Ecológica, Teotônio Vilela - o Menestrel das Alagoas e outros. Publiquei três livros: AMAPÁ, a Luta dos Trabalhadores Sem Terra e Um novo Mercado Velho de Rio Branco - Acre, parceria com Elson Martins." (Extraído do www.saitica.blogspot.com)

Mas também vou mostrar mais,
agora de um camarada com olhar daqui, mas com a curiosidade de quem observa pela primeira vez as peculiaridades da Amazônia, e as vê sem exageros, com muita beleza, e simplicidade. Marcos Vicentti, amigo para todas as horas, ao seu lado consolidei ainda mais o prazer de em ser jornalista. É um prazer trabalhar seja no que for, ao seu lado. Essas imagens são todas feitas no Acre.

"Por volta de 1996, o Marcão era entregador de jornais e motorista da viatura que usávamos. Grandão e desengonçado, já trazia consigo o faro apurado para a boa notícia. Ele se interessava por fotografia, mas nunca tinha feito alguma de forma profissional até que um dos diretores do jornal, o José Severiano, lhe deu uma câmera Yashica TTL de 35 milímetros, deu algumas dicas e lhe disse: quando você tiver passando por aí com um dos repórteres, faz umas fotos aí até que a gente possa contratar um fotógrafo. Daí por diante ele nunca mais parou de fotografar e hoje é um dos melhores fotógrafos do Acre... Quando iniciou no Página 20, o Marcão tinha mal as cinco primeiras séries do ensino fundamental. Ao ascender na profissão, ele sentiu que precisava de um pouco mais de conhecimento. Fez ensino Supletivo e concluiu o primeiro grau. Novamente correu atrás do prejuízo. Estudou, fez provas do Seja e concluiu o ensino médio. Foi mais além: fez vestibular para Jornalismo e concluiu o curso. Hoje é presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Acre. Vencedor de prêmios nacionais." (Extraído de www.tiaovitor.blogspot.com)